No dia 21 de dezembro de 2015, o Corinthians, através do presidente Roberto de Andrade, assinou documento comprometendo-se a pagar R$ 4 milhões à Penapolense por 50% do jogador Marlone.
O clube do interior, também nesse contrato, compromissava-se a repassar o atleta poucos dias depois, em janeiro de 2016.
Pelo Instrumento, a Penapolense dizia-se, textualmente, ‘detentora exclusiva”, até então, de 100% dos direitos econômicos de Marlone.
No acordo, o Corinthians comprometeu-se a pagar R$ 500 mil até dezembro de 2015; R$ 500 mil até janeiro de 2016, além de 20 parcelas de R$ 150 mil até outubro de 2017, a serem depositadas no Banco do Brasil, ag. 6590-0, conta corrente nº 19.962-1, em nome do clube de Penápolis.
Ficou acertado que Marlone receberia R$ 150 mil mensais de salários.
Outra clausula, a ‘2.2’, previa pagamento de R$ 200 mil, especificados como ‘pela utilização da imagem do atleta’, à ‘sociedade detentora de tais direitos’, sem especificar, porém, de quem se travava.
No dia 02 fevereiro de 2020, pouco mais de quatro anos depois, Marlone saiu do Corinthians, gratuitamente, para o Suwon FC da Coréia do Sul.
Em tese, Corinthians e Penapolense perderam seus 50% cada.
Porém, não era essa a realidade.
Desde sempre, o contrato firmado entre Corinthians e Penapolense tratava-se de ‘obra de ficção’ para encobrir que os tais 100% dos direitos de Marlone eram, de fato, pertencentes ao agente Fernando Garcia, subdivididos, igualitariamente, em três de suas empresas e colaboradores.
Ou seja, Andrade pagou R$ 4 milhões ao agente, além dos R$ 200 mil especificados em contrato como ‘imagem’.
É pouco provável, diante do relacionamento notório entre Fernando Garcia e a diretoria do Corinthians, além do irmão Paulo, que indicou, posteriormente, o diretor de futebol Flávio Adauto à gestão alvinegra, que Roberto não soubesse que participava de uma operação comercial simulada.
A verdade só veio à tona porque credores da Penapolense, em ações recentes, exigiram percentuais de Marlone para satisfação de seus créditos, gerando conflitos judiciais complicadores para a agremiação.
Porém, com a posse de uma nova diretoria, o clube pagou por uma auditoria, constatando que os direitos econômicos do atleta, em verdade, pertenciam a Fernando Garcia.
Ato contínuo, em 20 de fevereiro de 2018, protocolaram na Justiça documento esclarecendo a questão:
Ou seja, a Penapolense assinava os acordos na condição de proprietária do que não lhe pertencia e emprestava a conta bancária para recebimento dos valores, repassando-os, posteriormente, a quem de direito.
Uma transação obscura, provavelmente até ilegal.
Como resultado final sabe-se que o Corinthians perdeu R$ 4 milhões, além doutras despesas inerentes ao negócios, sem que Garcia ou a Penapolense, aparentemente, tenham comungado de prejuízo semelhante.
Fonte: Blog do Paulinho