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A imagem do CRUZEIRO resplandece

A imagem do CRUZEIRO resplandece



DE PALESTRA A CRUZEIRO

    A História
Verdadeira

 

     A Origem do
Cruzeiro

 

        Para
que possamos entender a origem do que é hoje esse orgulho e pujança
mundial, Cruzeiro Esporte Clube, temos que percorrer, nas trilhas
da História, caminhos não muito divulgados. A Fuga da realidade,
atende ora a interesses de inclusão, ora à imaginação dos que
elaboraram os boletins. Mas, os fatos, as fotos, os relatos de
testemunhas pessoais, e o cruzamento das informações que passaremos
vão mostrar, no nosso entender, uma visão sólida e
verdadeira do que foi a trajetória histórica de nosso querido,
amado, estremecido Zêro.

 A
Fundação do Palestra
Itália                     

 

    
Societá Sportiva Palestra Itália foi fundada em
finais de 1920, pela iniciativa de atletas da colônia
Italiana
residentes em Belo Horizonte, que até
o ano de 1920 participavam do Yale Athletic Club. As dificuldades
iniciais foram muitas, sobretudo porque os atletas fundadores eram
operários, imigrantes e filhos de italianos, cuja colônia, já
grande na capital, viera para o Brasil por ocasião da construção
dos prédios oficiais de Bello Horizonte, nova capital do estado,
por volta de 1882.

       Por sua vez, o Yale
(pronuncia-se iêle), clube fundado na primeira década do Século XX,
tinha suas origens na colônia inglesa, como outros “teams” da
época, dentre os quais Morro Velho, de Villa Nova de Lima, o Bangu
e o América do Rio, o Corínthians em SP, e outros. Foi o Yale o
primeiro clube a admitir em suas fileiras operários e gente do
povo, pois as outras agremiações eram fechadas, restritas, e só
permitiam associados ligados às suas estirpes, geralmente famílias
abastadas, high society, elites.

 

  Crise” do Yale
ao
 nascimento do
Palestra

 

    Em 1919, no campeonato organizado pela LMTD (Liga Mineira
de Desportes Terrestres) houve protestos veementes do Yale contra a
“entrega” do título de campeão ao América Football Club, pelo Sete
de Setembro. Ambos (América e Sete) eram times da elite da nova
capital. O Sete, ligado à família Negrão de Lima, deixou de
comparecer a um prélio marcado. Isso deu os pontos à equipe que
ocupava o Estádio onde hj é o Mercado Central em Belo Horizonte, na
época av. Paraopeba. Por WO*
1 o América conseguiu ficar à frente do Yale e foi sagrado
Tetra-Campeão. Como consequência da insistente reclamação, o “team”
foi desfiliado e impedido de participar de campeonatos e torneios
oficiais. Passou então a jogar amistosamente, em eventos e
“festivais”. Desse modo, em finais de Agosto de
1920,
aconteceu em Villa Nova de Lima (Nova Lima) uma
partida entre Morro Velho Athletic Club X Yale,
ambos com origens e direções de ingleses, quase todos ligados à
gestora britãnica da Mina de Morro Velho*
2. Aquele jogo fazia parte da
celebração da Festa de São Jorge (padroeiro da Inglaterra), que é
comemorada em abril, mas naquele ano devido às graves consequências
e sequelas da “gripe Espanhola”*
3( que em Bello Horizonte acometeu
milhares de pessoas, deixando em um ano mais de 2000 mortos), fora
adiado para o meado do ano. O técnico/diretor do Yale era o inglês
Dick (Richard Howell), filho de um dos fundadores do Morro Velho
(atual Villa Nova), Harry Joseph Howell. Em homenagem ao pai, Dick
resolveu jogar pela equipe da casa. O problema é que ele era “right
half back” (lateral direito), e no Yale o ponta esquerda era um
rapagote franzino, 55 quilos, 17 anos, liso como quiabo, chamado
Armandinho (Armando Bazolli). Chovia. A platéia era grande no campo
do Morro Velho (no mesmo lugar do Castor Cifuentes de hoje, só que
em posição invertida). E o que se viu, durante todo o primeiro
tempo, foi uma sequência de estonteantes e avassaladores
“dribllings” do lépido ponteiro, que aproveitando-se do
escorregadio piso, por diversas vezes deixou estatelado o
grandalhão Dick, para o delírio dos torcedores presentes. Com três
goals do “centterforward” Nani (João Lazarotti) e um do
“center-half ” Polenta (Giovanni Gregori), contra um de A.Halley, o
primeiro tempo terminou com o placar de 4X1 para o Yale.
Registre-se que o “goalkeeper” do Morro Velho (Moss) ainda defendeu
um penalty (cometido em Armandinho) cobrado por
Cechino.

      
Dick, apesar de tudo, mantinha uma postura desportiva, mesmo sendo
o alvo das caçoadas e anedotas dos participantes. Era um
“gentleman”. Mas seu pai, antevendo um vexame maior, “devolveu-o”
ao Yale e colocou em seu lugar um “sttopper” de apelido Will,
famoso pela virilidade e força em suas atuações. Iniciada a segunda
etapa, logo na primeira bola lançada para Armandinho, o “half”
substituto jogou bola, ponta e tudo o mais, para a lateral
enlameada, fora do campo, numa entrada violenta, literalmente
“suspendendo” o esguio ponteiro “Yalers”. O tempo, que já era de
chuva, fechou mais ainda. O pau quebrou. Em protesto, os italianos
decidiram não mais continuar. Foram seis substituições, e isso
ensejou o empate do prélio por 4X4
.

(Depoimento gravado de Julio Lazarotti em abril de 1966-
Fita Akai cedida por Rádio Minas- Ramos de Carvalho-arquivo pessoal
de Jura Lazarotti).

              
*1-
Ganhar por W.O. significa que uma competição esportiva foi ganha
devido a ausência do oponente. O famoso W.O. significa walk over. O
verbo walk over significa “to win without difficulty against”, ou
seja, ganhar sem dificuldades do oponente. O substantivo walkover
(uma única palavra) significa “an easy victory”, que em português é
“vitória fácil”. O W.O. acontece quando um time não comparece no
local da partida. (Delta Larousse- Ed.
1961)

         
*2- O Morro Velho de Villa Nova de Lima foi fundado em 28 de junho
de 1908 por trabalhadores da Saint John Del Rey Mining Company
Limited. Antes de ter esse nome a cidade se chamava Congonhas de
Sabará. Pouco tempo depois passou a ser apenas Nova
Lima.        

  -CONTINUA-

sexta 03 julho 2009 11:09 , em HISTÓRIA – (A VERDADEIRA)


NASCE O PALESTRA

(continuação)

NASCE O PALESTRA

No retorno de Villa Nova de
Lima, quando entregavam o material na Casa Ranieri (loja de
calçados, selaria, artigos de couro e equipamentos desportivos)
situada à rua Caetés, quase esquina com Rio de Janeiro, ficou
combinada uma reunião para a quarta-feira vindoura, à noite,
naquele local, com a anuência e apoio de um dos sócios da loja,
Giovanni Ranieri. Era ali que se reuniam os atletas da colônia
ítala para a discussão sobre assuntos de
futebol.

 

           
A Primeira Reunião

        
Na noite aprazada, precisamente 02 de setembro de 1920*, se reunia
a galera italiana,
 ou melhor, a Societá Sportiva
Palestra Itália. A “Casa Ranieri” era um cômodo de 6X10 ms. Estavam
presentes nesta reunião: Silvio, Arduíno e Henriqueto
Pirani, Hammleto Magnavacca, Julio Lazarotti, Miguel Balsamo, Nullo
Savini, Nelio Nicolai, Spartaco Dorella, Henrique Volpini,
Chechino, Domenico Spagnuolo, Polenta(Giovanni Gregori) e o
anfitrião Giovanni Ranieri.

A
ssentados em caixotes, selas, bancos
improvisados, latas de querosene, decidiram formar uma equipe que
congregasse a colônia. Nascia o
Palestra*

         Os
participantes da fundação da SSPI eram todos atletas, e trabalhavam
na construção civil, com exceção de Ranieri. Ali estavam pedreiros,
mestres de obra, bombeiros hidráulicos, marceneiros, pintores,
feitores, apontadores, conferentes e um carroceiro. A propósito: a
vinda da grande maioria da colônia italiana para estas plagas está
vinculada à construção da Nova Capital das Minas Geraes, Bello
Horizonte.

       
Marcaram para o campo da Av. Paraopeba, que era o campo usado pelo
Athletico (onde hoje está o Minascentro, atual av. Augusto de
Lima), o primeiro “trainning”, que aconteceu na tarde do sábado,
meados de Setembro de 1920. Neste treino usaram camisetas de
diversas cores, mas as cores da bandeira italiana (vermelho, branco
e verde) além das iniciais SSPI, já estavam oficializadas. Em pouco
tempo a lista de adesão à nova
“squadra” cresceu de modo
animador. Alguns treinos foram também realizados na área da avenida
São Francisco (hoje Olegário Maciel). Era preciso “oficializar” a
agremiação, e foi buscado o apoio de um advogado italiano, Américo
Gasparini, (que viria a se tornar presidente três anos depois) que
elaborou as bases documentais, primeiro estatuto e “habilitações”.
Faltava formar a diretoria. Aurélio Noce, um simpático comerciante
oriundi foi indicado como o presidente (dizem que por influência da
maçonaria), e caberia a ele apontar os outros ocupantes da mesa
diretiva. Procurando dar “status” à nova chapa e garantir a
divulgação, o bom Aurélio convidou para a vice-presidência o
“sportsmen” Tolentino Miraglia, que tentava implantar um “jornal de
Sports” em BH, chamado “O Treno”(sem o i). Giuseppe Perona foi
chamado para a Secretaria, secundado por Giuseppei Baptiste Zolini.
Por ser iniciado em contadoria e livros e por ter idade para
assinar (+ de 21 anos), Hammleto Magnavacca foi escolhido
Tesoureiro, e pela ajuda financeira para a aquisição de camisetas,
bolas e rede, foi homenageado Aristóteles Lodi, como segundo
Tesoureiro. Para a gerência geral (ecônomo) foi entregue o cargo a
Antônio Falci, sobretudo pela ligação que este já tinha com o
pessoal do campo do Prado Mineiro. Importante frisar-se que,
naquela época, fazer parte da diretoria significava também bancar a
maior parte das despesas. Além destes ainda estavam na chapa,
“convidados” por Aurélio, Antonio Pace e os fundadores Domenico
Spagnuolo e G. Ranieri. Assim, a constituição ganhava os nomes para
a composição da primeira diretoria. Os atletas fundadores, com
exceção de Hammleto e Spagnuolo, não podiam assumir cargos na
diretoria, ora pela condição financeira, ora pela idade, já que a
maioria ainda não tinha 21 anos exigidos pela lei das fundações das
sociedades.

* Este dia,
2 de Setembro de 1920 é o VERDADEIRO dia da fundação do
Cruzeiro/Palestra.

(Continua)

sexta 03 julho 2009 16:43 , em HISTÓRIA – (A VERDADEIRA)


OS PRIMEIROS PASSOS

NO INÍCIO NEM TODOS
VIERAM

 

         Nem todos os
italianos e descendentes porém, adotaram o Palestra, por inúmeros e
compreensíveis motivos, à época. Um comerciante de lacticínios da
Rua Goyaz, Arthuro Savassi (membro da conhecida família radicada em
Barbacena, onde atuava na área de tecelagem), foi convidado a
compor o quadro, como Diretor de Patrimônio, mas declinou,
gentilmente, justificando já estar ajudando ao Athlético. Ele era
aparentado de outro italiano, Hugo Fracarolli, ativo desportista,
que, junto ao irmão Raul, foi um dos fundadores do rival. Também
outros, sobretudo pertencentes à classe mais abastada, se
recusaram, à princípio, a participar da fundação do que hoje é
nosso querido Cruzeiro. As razões eram diversas: Sempre muito
envolvidos com o “football”, já compunham outras agremiações. Nas
fundações do América, Athletico, Sete, os “buona-gentes” aparecem
com destaque. E além disto, a grande maioria dos palestrinos era de
moradores dos bairros Prado, Floresta, Barro Preto e Calafate, ou
seja, fora dos limites das elites, demarcada pela av. do Contorno,
por isso chamados sub-urbanos. Apesar de uma diretoria muito
interessada, as coisas eram difíceis. Tanto que para os primeiros
jogos oficiais foi usado um uniforme improvisado, composto de uma
camisa toda verde, de lã, de mangas compridas, comprado por preço
menor na própria Casa Ranieri, pois uma equipe (Viserpa) que a
havia encomendado, se recusou a aceitá-la, tempos antes, devido ao
tecido impróprio para o clima tropical.

      Calções brancos e meias
vermelhas, além de um losango com as iniciais SSPI, bordado,
completavam a “farda”. Como naquele tempo praticamente não havia
elástico, os “calções” eram amarrados ou com cintas ou com gravatas
improvisadas. Esse era um hábito comum em todas as
equipes.

      
COMEÇA A VIDA DE
GLÓRIAS      

 

       A primeira partida
oficial, com “registro, súmula e juiz de terno”, foi no início do
mês de abril de 1921, no campo do Prado Mineiro (onde hoje existe o
DI da PM), sob o apito assustado do árbitro do América*, José Hermeto Filho, contra um combinado que
reunia componentes do Morro Velho de Villa Nova de Lima, o
Palmeiras e alguns atletas em “tests” no América. Foi uma bela
partida, assistida por bom público, e serviu para amenizar os
efeitos da briga do ano anterior. O “placard” mostrou ao final a
vitória palestrina por 2X0, com dois de Nani (João Lazarotti),
Foram os dois primeiros goals oficiais do Palestra, hoje
Cruzeiro.
 

       No entanto, o
reconhecimento e aprovação por parte da Colônia Italiana veio
forte, quando num torneio promovido por membros da imprensa
desportiva local, o Palestra iniciaria sua trajetória de vitórias
sobre nosso arquirrival de hoje. Foi uma sonora, insofismável,
formidável lavada de 3X0, com dois goals de Attilio (substituindo
ao contundido Armandinho) e um de Nani. Nessa partida esteve
presente, entusiasmado, o jovem Richard Howell (Dick), já aqui
citado, aplaudindo com entusiasmo seus ex-companheiros de Yale,
agora palestrinos, em sua despedida do Brasil, já que retornaria
dias depois à sua terra de origem.

        Interessante
observar que Aurélio Noce, o presidente, naturalmente muito ocupado
com seu comércio, dividia com o irmão Alberto a função de coordenar
o recém nascido clube. Ficou, em verdade, menos de um ano à frente,
passando o bastão para o irmão, que também fora atleta. Noce. Na
gestão deste, grande impulso teve o Palestra com a aquisição do
terreno para a construção do Estádio do Barro Preto, cujas
instalações foram inauguradas em 1923, aí sim, com grande
festa.

**Palestra- o
termo vem do grego Pale (luta) e era o local onde se realizavam os
jogos e luctas, em Atenas e posteriormente em Roma
(Greco-romana).

* Naquele tempo cada clube
apresentava seu juiz, ou refereer scorer. Estes eram
usados como partes neutras nas partidas de outras
equipes.


Inclusão de fotos, texto e arquivos de Romeo Della Volpi,
Dr. Gotardo N. Diniz, Arquivo Público Mineiro, Hemeroteca da
Biblioteca Luís Bessa, Comitê Dante Alighieri de Barbacena,
J.Bonfiogli.

-Informações históricas obtidas “in vitae” através
da declaração de Julio Lazarotti (meu pai), Eudo Lazarotti (filho
de João Lazarotti, Tio Nani), Armando Bazolli (Armandinho), Maria
Lazarotti Ragazzi (Tia), Ítalo Fratezzi (Bengala), Beniamino
Gasparonni,
Ignez Della Volpi Vivacqua, Benevenuto
Volpini,
e outros, todos de saudosa e grata
memória
). Gravação
de depoimentos através de fitas de rolo (Akai), cedidas por Ramos
de Carvalho da Rádio Minas. arquivo pessoal de Jura
Lazzarotti. 

 

Na semana seguinte, em todos os locais onde se
reunia a colônia italiana, o assunto era um só: A Squadra
Palestrina era formidável, entusiasmante! A partir daí (desse
jogo), houve a consolidação do Palestra como polo convergente da
voluntariosa scuderie itálica em Minas

 (CONTINUA).

sexta 03 julho 2009 17:24 , em HISTÓRIA – (A VERDADEIRA)


E S C L A R E C I M E N T O S

(Continuação)

              
Descolonização                   




          
Como vimos, ao contrário do que se comenta
(inclusive no “site oficial” do Cruzeiro), o começo foi difícil,
marcado pela dedicação dos atletas-operários, sendo que o apoio e a
ajuda de algumas famílias da elite italiana, com presença maciça
nos “derbys” do Prado Mineiro, não aconteceu de forma automática e
imediata.

         Nos últimos
anos uma informação errada, que imaginamos ser fruto de confusão
não intencional, tem percorrido os sites e publicações acerca da
fundação e história do Cruzeiro.

       
Ei-la: “aproveitando a presença do cônsul da
Itália em Belo Horizonte, os italianos e descendentes decidiram
fundar um time que os representasse, e aí nascia o Palestra Itália,
com reuniões na Casa Di Itália
“…e daí por
diante.

      
O anacronismo denuncia
claramente o erro, engano. O Cônsul da Itália não veio a Belo
Horizonte, naquela época. Ele morava aqui! Aliás, o
Consulado Italiano foi instalado na Nova capital em Maio de 1902 !
O cônsul à época do surgimento do Palestra Itália, sr. Venanzio,
não gostava do “calccio”, mas prometeu a Aurélio Noce que iria
ajudar. Só que esta ajuda nunca aconteceu efetivamente. A Casa Di
Itália*
por sua vez,
foi construída em 1935 ! Ela deu implemento a grandes obras, como o
Colégio Marconi, o Instituto Monte Calvário, Instituto Dante
Alighieri….todas voltadas para as elites. O que era instalado na
rua Tamoios, 341, em 1921 (aliás, desde 1897) era, uma casa de
apoio à população pobre, moradora nos então subúrbios da Floresta,
Barro Preto, Prado e Calafate. Era a Societá Operaia
Italiana di Beneficenza i Mutuo Soccorso
, vinda de Ouro Preto.
A inclusão do Palestra como uma das realizações da CI, portanto,
uma impropriedade.

Veja na galeria, foto da Societá Operaia
Italiana de Mutuo Socorso  – Rua Tamóios, 341- de 1897 até
1935 e também da Casa D’Itália,construída em
1935.

         A
mistura de fatos é quem gera essa confusão. Por ocasião da
inauguração do busto metálico de Dante Alighieri (VI Centenário de
sua morte) e visita do Príncipe Umberto Di Savoya à Bahia, em
Agosto de 1922, veio a Bello Horizonte um representante do Governo
Italiano, o Conde Belli di Sardis (na Turquia), que junto ao cônsul
em BH, foi assistir a um jogo do Palestra, no Prado Mineiro, contra
a equipe do América. Comemorava-se naquele tempo “La Settimana
Italianni”. Foi a única apresentação nos dois primeiros anos de
existência da SSPI, para a chancelaria oficial. E o Palestra
perdeu.

        Em 1921 (ainda
com os humores da terrível febre espanhola que se abateu sobre o
mundo), a mais importante visita a BH foi a da rainha da Bélgica,
Já em 1923, com a inauguração das instalações do “stadium” no Barro
Preto, aí sim, houve festa e celebrações, com presença de fidalgos,
condes, consulesa, e outros figurões. Aconteceram homenagens, Baile
das Rosas e outras coisas, mas só nessa época. Antes não. Falam em
” retumbantes reuniões” acontecidas em Dezembro de 1920 e em 2 de
Janeiro de 1921. Essas datas se reportam à elaboração dos estatutos
e dos livros bem como, leitura e indicação dos nomes para a
formação da diretoria. Pra se ter idéia, a chapa só se completou em
finais de março de 1921. A “Acta Inaugural da Societá Sportiva
Palestra Itália”, que cita e elege o dia 2 de Setembro como o da
fundação, ficava guardada numa sala especial no prédio da rua
Tamóios, a partir de
1935
, aí sim, na Casa D´Itália, onde aliás, eram guardados
fotos, troféus, fichas de atletas e outros documentos, como os de
outras entidades ligadas à colônia italiana. Por ocasiião da
entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, esse material foi
confiscado pelo Exército, ou destruído nas depredações, em 1942,
quando da tomada da “Casa D´Itália”*, pelo governo
brasileiro.

      
Era
costume, naquela época, que os documentos de clubes, sociedades e
efemérides italianos, fossem também elaborados no idioma de Dante.
Assim, uma cópia dessa ata, que foi concluída “a bico de penna”,
com a letra bonita do recém-empossado Giuseppe Perona, foi escrita
e assinada,
 

(Continua)

sexta 03 julho 2009 19:16 , em HISTÓRIA – (A VERDADEIRA)


A Ata, e outras coisas

     

       Acta
D’ella Fondazione della
Societá     

 

          
Sportiva Palestra
Itália”                

 

         Era costume, naquela época, que os documentos de clubes,
sociedades e efemérides italianos, fossem
também elaborados no idioma de Dante. Assim, uma cópia dessa ata,
que foi concluída “a bico de penna”, com a letra bonita do
recém-empossado Giuseppe Perona, foi escrita e assinada

por
mais de 70 ilustres fundadores, para efeitos de constituição, sendo
que, a grande parte não estava presente à reunião. A relação da
diretoria foi publicada no Jornal Minas Geraes e no Diário de
Minas, em 28 de maio de 1921. A alusão de que foi usada cópia do
estatuto do Palestra Itália de São Paulo (Palmeiras) é também
inverídica, já que lá muitas determinações ali contidas não eram
aceitas pelos “de Minas”, dentre as quais, a adoção no uniforme da
Cruz de Savoya*
, já que isto contrariava grande parte dos imigrantes.
Consta que esta “Actta” ficou de posse de um dos conselheiros do
Comitê Dante Alighieri, Arrigo Boschi Camppidoglio. Uma foto de ata
que tem sido mostrada é de 19 de Janeiro de 1921, e só traz da
página 6 em diante. Por ocasião da “chiamatta” empreendida por
Benito Mussollini, este retornou à Europa, onde se alistou no
exército do
Duce.

        Em 1964, Julio
Lazarotti, meu pai, recebeu de um primo (Vicenzo Zatta) a notícia
de que em Padova, em casa de parentes de Arrigo, se encontrava o
precioso documento. Naquele tempo a comunicação era difícil, e a
viagem para a Itália cara,. Mas, a busca desse documento era
possível, sobretudo porque os
Lazarotti*
são provenientes daquela
região.
 

      Consta
que esta “Actta” ficou de posse de um dos conselheiros do Comitê
Dante Alighieri, Arrigo Boschi Campidoglio. Uma foto de ata que tem
sido mostrada é de 19 de Janeiro de 1921, e só traz da página 6 em
diante. Por ocasião da “chiamatta” empreendida por Benito
Mussollini, este retornou à Europa, onde se alistou no exército do
Duce.
 

       

      No
dia do Mineirão……
  

       No dia 3 de setembro de
1965, uma sexta feira, na Rua Bonfim, na Fábrica de Massas Orion,
Julio Lazarotti se encontrou com o presidente Felicio Brandi, já
que este se interessou vivamente em buscar a “Actta”, ou promover
os meios para tanto. 
 

     
 Presente à reunião
estava também o radialista Aldair W. Pinto, que finalizava com o
presidente os acertos para a instalação da Charanga Alvi Celeste.
Essa data é fácil de ser gravada, pois era a sexta feira que
antecedia à inauguração do Mineirão. Nesta reunião eu estava
presente. O grande presidente celeste, (inesquecível, inapagável),
era um apaixonado pela história e fundação do Cruzeiro/Palestra, e
sobretudo pela manutenção dos laços da origem com suas raízes
italianas, e entabularam-se os planos para os contatos, a viagem e
procura do “registro de nascimento”. No entanto, com as
complicações derivadas da revolução de março de 64, com o
barramento da expedição de passaportes e etc. o empreendimento foi
suspenso.
 

      
Recentemente um de meus filhos, também Julio, retomou a busca, e
está na captura, na expectativa de localizar o manifesto, e
indícios recentes em Limena, na província padovana, mostram que a
procura está perto do objetivo almejado.

(CONTINUA)

sexta 03 julho 2009 19:47 , em HISTÓRIA – (A VERDADEIRA)


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