Os bastidores de Ronaldinho e a criação do ‘Aqui é Galo, po***’
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O Tempo
8 de julho de 2020 – 10:18
Um dos vários momentos marcantes da épica conquista do Atlético na Copa Libertadores de 2013 foi a vitória sobre o São Paulo, em pleno Morumbi, de virada, no duelo de ida das oitavas de final com um cenário dramático. E um dos grandes ídolos da história do Galo, Ronaldinho Gaúcho, um dos protagonistas daquele título, foi fundamental não só pela atuação inesquecível, mas também pelo uso de uma frase de forma emblemática, que passou a ser constantemente usada pela Massa. Para entender o cenário dramático, precisamos voltar para a fase de grupos. Atlético e São Paulo estavam na mesma chave. O Galo, encantando com grandes atuações, conseguiu não só a classificação às oitavas de final de forma antecipada, mas o primeiro lugar geral. O Tricolor, por outro lado, fazia uma campanha muito ruim. Na última rodada, mineiros e paulistas se enfrentaram no Morumbi, com o time alvinegro cumprindo tabela e os mandantes jogando a vida na competição, precisando vencer e contar com uma combinação de resultados para avançar ao mata-mata. O São Paulo conseguiu a vitória e a classificação para enfrentar, curiosamente, o próprio Atlético no estágio seguinte do torneio. Ronaldinho disse que a derrota não preocupava, porque aquela partida era um treino para o Galo, declaração que irritou os tricolores. Já no duelo de ida das oitavas, o time paulista, com grande atuação nos primeiros 30 minutos de jogo, dominou a partida e abriu o placar. A torcida do São Paulo estava muito empolgada, o time paulista dominava o jogo e parecia estar próximo de ampliar. O Atlético, por sua vez, não tinha boa atuação. Para os alvinegros, o confronto ganhava um toque de drama, especialmente levando em consideração que o Galo poderia ter eliminado o rival anteriormente, e também a declaração do seu camisa 10. No entanto, dois episódios mudaram os rumos daquela partida: a expulsão do zagueiro Lúcio após entrada dura em Bernard, aos 35 minutos, e a genialidade de Ronaldinho. E não é só a genialidade que todos conhecem, do craque com a bola nos pés, mas uma genialidade diferente do jogador, um magnetismo, como explicou o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, em entrevista exclusiva ao Super.FC. Apenas seis minutos depois da expulsão de Lúcio, Ronaldinho empatou o jogo e saiu gritando “Aqui é Galo, po***” batendo no braço. No entanto, o grito tem uma outra questão e origem importante, e o craque colocou fogo em seus companheiros com isso, como lembrou o dirigente. “O Ronaldinho tem um magnetismo incrível. Ele não é de falar muito. Não falava muito, não era uma liderança oral. Mas eu me lembro muito de um episódio diferente. Naquele famoso 2 a 1 sobre o São Paulo, em São Paulo, nas oitavas da Libertadores, nós estávamos no vestiário, e o vestiário do visitante lá tem uma fresta que você consegue escutar tudo que a torcida está cantando. A torcida do São Paulo estava agitada cantando ‘o campeão voltou’ e coisas assim. Na hora de entrar para o campo, naquela rodinha que os jogadores fazem antes de entrar em campo, o Ronaldinho fez uma coisa que eu nunca vou me esquecer”, contou Lásaro Cândido da Cunha ao Super.FC. “Ele falou assim: ‘Todo mundo faz silêncio, para e presta atenção. Estão todos escutando o que eles estão cantando? O que eles estão fazendo? Vamos mostrar pra eles que ‘Aqui é Galo, po***”, e bateu no braço com força. Foi o dia que ele marcou o gol e saiu gritando isso. Os jogadores, naquele momento do gol dele, sentiram firmeza, foi todo mundo contaminado. Aquilo ali foi algo emblemático, fora do comum”, concluiu. Naquela noite, Tardelli marcou o gol da vitória atleticana. Depois, o Galo seguiu escrevendo episódios épicos e inesquecíveis no caminho até o título inédito, e o grito de Ronaldinho ficou marcado para sempre e segue sendo constantemente usado pela torcida.
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